Entrevistas

O NHP esteve à conversa com Sofia Moncóvio jogadora do Sporting CP.

“Nas competições que entrar, ganhar, seja qual forem”

É assim que apresentamos a entrevista com a craque Sofia Moncóvio aqui no Notícias Hóquei em Patins, uma das jogadoras que mais se tem destacado na nossa Liga e que aqui nos fala sobre toda a sua carreira. Fiquemos então a conhecer a jogadora do Sporting CP e da seleção nacional, a grande craque do nosso hóquei em partins, Sofia Moncóvio.


  • Sofia, com um pai que jogou, que treinou, apitou e foi dirigente, perante tudo isso começar a andar de patins foi algo natural? E que memórias tens desses primeiros anos?

Sim, sem dúvida, nasci quase com os patins nos pés! Toda a minha família está englobada no mundo da patinagem, o meu tio é treinador de patinagem de velocidade, a minha tia, as minhas primas e a minha irmã foram elas também atletas dessa modalidade, e assim como referiu, o meu pai também está fortemente ligado ao hóquei em patins. Portanto a minha infância tem muitas lembranças junto à pista e nos pavilhões.

  • A paixão surgiu logo, ou demorou para que o hóquei ganhasse esse espaço no teu coração?

Comecei a patinar com três anos, mas inicialmente praticava patinagem de velocidade, mas no primeiro dia que peguei no stick, não muito tempo depois, nunca mais o larguei. Foi assim que começou essa paixão.

  • Começas a tua carreira no Roller Lagos, como foram esses primeiros tempos como jogadora? E que histórias nos podes contar desse início?

Nessa altura, de longe que não imaginava no quão sério o hóquei iria se tornar para mim, apesar de ter esse sonho, sempre o tive. Naqueles anos iniciais tentamos desfrutar ao máximo deste desporto que praticamos, e de toda a envolvência que criamos quando somos jovens, na dinâmica de equipa e convívio. Como tal, muitas das histórias que guardo desses tempos são as amizades que fiz e as pessoas com quem convivi, e que tanto me ensinaram e me fizeram hoje estar aqui.

  • Estiveste dos 3 aos 13 anos no Roller Lagos, uma equipa histórica do hóquei em patins na cidade de Lagos, qual foi a maior aprendizagem desses 10 anos? E recordas algum episodio ou história com mais carinho dessa altura? 

Para mim o Roller Lagos, é sem dúvida um dos clubes do meu coração, da minha cidade, e o meu clube de formação. Todos os momentos foram especiais à sua maneira. Mas penso que o momento que mais me marcou foi o meu primeiro jogo com a equipa sénior da altura, eu era bastante jovem, não me recordo bem que idade tinha, talvez 9/10 anos, mas foi um jogo marcante poder jogar ao lado delas, que na altura eram exemplos para mim.

  • Depois, uma mudança para o Hóquei clube de Portimão. Essa troca aconteceu por algum motivo em particular? Foi um passo importante para o teu crescimento?

Essa troca ocorreu por motivos naturais, a equipa do Roller Lagos cessou por dois anos, e se não tivesse ido para o Hóquei Clube de Portimão, teria ficado sem jogar, e quem sabe desistir da modalidade. Portanto é de realçar também toda a importância que este clube teve, uma vez que permitiu dar continuidade ao meu desenvolvimento e formação.

  • Aos 15 anos regressas à tua primeira casa, foram saudades do Roller Lagos ou foi uma decisão natural em prol da tua evolução como jogadora?

Voltei ao Roller Lagos uma vez que este permitiu a formação da equipa sénior feminina novamente, então eu e muitas outras jogadoras naturais de Lagos, regressamos à nossa ‘casa’

  • Em seguida, o teu primeiro grande salto, talvez o maior, porque te mudas para Lisboa. Como foi toda essa mudança? E quais foram as maiores dificuldades que sentiste na mudança?

Essa foi sem dúvida a mudança da minha vida, que realmente mudou toda a minha vida. Era bastante nova, tinha apenas 16 anos. Foi um grande choque inicial, a adaptação não foi fácil, mas fui muito bem recebida pela SHCM, e foi o clube que me deu o grande impulso, onde aprendi bastante. Apesar de todos os anos de formação no Algarve, o hóquei com que me deparei em Lisboa era muito mais exigente e competitivo, tive de crescer e me adaptar, e foi esse crescimento que foi o passo fulcral para me tornar uma melhor jogadora e melhor pessoa.


  • Ser de uma região onde não existem muitas equipas de hóquei em patins e dar o salto para a capital, outra realidade e para uma das maiores equipas nacionais. Primeiro pergunto, qual foi a tua reação quando recebeste o convite? E qual foi o teu primeiro pensamento quando essa reação passou?

Como é óbvio recebi o convite com o maior grado, foi uma grande surpresa. Mas ao mesmo tempo levei aquilo como ‘não sendo real’, não imaginei se quer na altura que se fosse realizar, porque lá está era bastante nova, assumi que os meus pais nem considerassem realmente essa opção. Mas lembro que esse verão foi um verão bastante difícil, os meus pais e a minha família proporcionaram ao máximo todas as condições para que a minha deslocação pudesse ocorrer e que tudo corresse bem, quer a nível escolar como no hóquei.

  • Viver sozinha, os estudos, os treinos. O que era mais difícil para ti, (pelo menos no começo)?

No início o mais difícil era sem dúvida acabar o treino e não ter lá o meu pai para me ir buscar para levar para casa. Ou chegar a casa e não ter a minha família e mesa posta para jantar. Saber que agora está completamente independente, claro que foi bom em algumas partes, mas no início não foi fácil, mas ao longo do tempo tornou-se um hábito.

  • Qual a tua principal memória do teu jogo de estreia?

Para ser sincera, não me lembro em concreto desse jogo em si, mas lembro-me perfeitamente que nessa primeira época, aliás sempre o fiz e continuo a fazer, encaro todos os jogos como sendo especiais, gosto muito da adrenalina da competição e de conseguir fazer as coisas bem e mais importante ajudar a minha equipa. Mas é claro, fazê-lo ao mais alto nível é sempre mais importante.

  • No Stuart Massamá, foram fases finais de competições europeias e nacionais, jogar com grandes figuras do hóquei em patins nacional. Qual foi o momento mais marcante no teu percurso pelo Stuart? 

Para mim o momento mais importante pela Stuart foi a chegada às meias-finais da liga europeia, foi um marco muito importante.

  • Depois de todo o sucesso no Stuart, depois de todas as vezes que brilhaste, uma mudança para o Sporting CP. Como surgiu esse convite? E qual foi a primeira coisa que te passou pela cabeça, assim que te fizeram a proposta?

Lembro-me perfeitamente desse dia, estava no carro, na altura no Algarve e recebi uma chamada com o convite, na altura da que iria ser a nossa treinadora nessa época, a Andreia Barata. A primeira coisa que me passou pela cabeça, foi claro que sim, claro que vou, para além de ser o meu clube de coração, todo o projeto em si me interessou, assim como todas as condições que o Sporting CP nos proporciona.

  • Não demorou, para que também no Sporting CP te tornasses uma das principais referências da equipa. Achas que a tua forma jogar ajuda a cativar os adeptos? E qual é a principal diferença de jogar numa equipa grande, como o Sporting CP?

Quando jogo não penso propriamente em ser ou me tornar uma referência da equipa, se o poder ser, que seja porque o meu contributo é realmente importante e que comigo, a equipa consegue alcançar os seus objetivos e isso é o meu objetivo pessoal, poder fazer parte do processo, para alcançarmos aquilo que tanto desejamos. Como tal, os adeptos, tal como nós, querem vitórias e títulos, enquanto podermos ajudar a equipa nesse sentido e dermos o nosso melhor por este clube, tenho a certeza de que os adeptos nos continuarão a apoiar. A principal diferença é o sentido de responsabilidade, sem desvalorizar outros clubes, claro, mas levar ao peito o símbolo do Sporting CP é de uma elevada responsabilidade e até algum peso, com ela vestida, só se aceita uma coisa, dar o máximo, sempre.

  • Passando para seleção, já marcaste presença em grandes competições, existe algum momento mais marcante até agora no percurso ao serviço da seleção nacional?

O momento mais marcante ao serviço da seleção nacional foi sem dúvida a final do campeonato europeu, realizado na Mealhada contra a Espanha. Desde as bancadas cheias de adeptos de uma ponta à outra, o barulho ensurdecedor no pavilhão, a emoção e a importância do jogo. Foi inexplicável. 

  • Qual é o teu maior sonho de carreira? (Clubes e/ou) seleção

Sinceramente não tenho isso, propriamente definido. Acho que a resposta simples é ganhar. Nas competições que entrar, ganhar, seja qual forem. Quero muito ganhar um título pelo Sporting CP, é para isso que trabalhamos diariamente, mas como é óbvio ganhar algo por Portugal também teria um sentimento especial.

  • Passando para os tempos que vivemos, como foi que conseguiste manter a forma com a paragem e com todas as condicionantes da pandemia?

Nos períodos inicias da pandemia, em que estávamos mesmo condicionados a ficar em casa, eu estava no Algarve e treinava diariamente em casa, tenho alguns pesos, uma bicicleta estática, mas para além disso o próprio staff do Sporting CP disponibilizou algum acompanhamento a nível físico, enviavam-nos vários treinos para fazermos. Numa segunda fase quando voltaram a abrir os ginásios ao longo do verão frequentei o ginásio regularmente, sempre em vista em manter a melhor forma para um iminente regresso.

  • Estás a ser uma das figuras do Sporting e da liga, achas que é a tua melhor época de sempre?

Penso que a este ‘ponto do campeonato’ seja um pouco difícil já assumir isso, penso que tem sido uma época positiva até ao momento. Mas o pensamento é sempre esse sim, fazer do ano corrente o melhor de sempre, talvez se me perguntar essa mesma pergunta no final da época lhe consiga responder melhor. Mas uma coisa certa, faça o que fizer este ano, para o ano quererei fazer melhor.

  • Apesar de ainda jovem, já jogaste com diversas jogadoras. Quem foi aquela que te marcou mais? Quem foi a jogadora mais talentosa com quem jogaste? 

Já joguei com vários nomes bastante conhecidos quer a nível nacional como internacional, é inevitável mencionar a Marlene Sousa, que é uma jogadora com uma técnica e patinagem muito acima da média, assim como a Ana Catarina pela sua habilidade e imprevisibilidade. Mas talvez a jogadora que mais destacaria seria a Inês Vieira, por ser tão completa, não é uma jogadora que talvez dê tantos ‘nas vistas’, mas é pêndulo de qualquer equipa, superinteligente a jogar, penso que traz muita segurança a qualquer equipa.

  • Em relação aos treinadores, quem foi o treinador(a) que mais te marcou na tua carreira? E porquê Nuno Pinto? (brincadeira hahah)

Essa pergunta é muito complicada ahah Penso que todos os treinadores que já tive me marcaram muito, à sua maneira e cada um em momentos e fases diferentes da minha vida, não consigo destacar nenhum em concreto. Todos fizeram parte, e todos me ajudaram.

  • Foste conciliando os estudos com a tua carreira, qual foi o momento mais complicado? E porquê bioquímica?

Os momentos mais complicados eram sempre as fases de exames, normalmente estávamos em competições ao serviço da seleção e tínhamos sempre de remarcar exames para outras datas, alguns professores não eram muito compreensivos com a situação e foi bastante complicado na altura conciliar tudo. Sempre fui ligada às ciências, sempre gostei muito dessas disciplinas na escola, acabei por tirar ciências também no secundário e depois a escolha acabou por ser um pouco relativa às matérias que mais gostava.

  • Terminar a carreira no Roller Lagos é algo que gostavas de acontecer ou ainda não pensas nisso?

De momento o Roller Lagos não tem equipa sénior feminina, e muito dificilmente brevemente voltará a ter, portanto não é algo que possa pensar muito nisso. Mas quem sabe.

  • Falando de referências e de exemplos, quem é o teu ídolo?

Não tenho nenhum ídolo em concreto, tenho várias referências e exemplos de atletas nos quais me inspiro.

  • Além do hóquei, que outras paixões tens? Alguma outra modalidade?

Para além do hóquei, tenho também outras paixões, gosto muito de desportos aquáticos, como boa algarvia que sou, desde surf, wakeboard etc. Para além disso tenho também o Hobbie da fotografia.

  • O que achas que te define melhor como jogadora?

Talvez a minha velocidade, espírito de resiliência e a forma séria como encaro todos os jogos.

  • Para terminar, qual é a mensagem que queres deixar a todos para que acompanhem e apoiem mais? E se tens alguma mensagem para as jovens jogadoras?

Quero primeiro que tudo agradecer a todos aqueles que nos apoiam, a mim e à minha equipa, que torcem por nós e acima de tudo acreditam em nós, esperámos poder vos dar todas as alegrias que tanto merecem. Aos mais próximos, agradeço o apoio diário que me dão, nos momentos fáceis e difíceis.

Para as jovens jogadoras, gostava de dizer que independentemente de onde sejam, se trabalharem, aquilo que desejam pode se concretizar, não é fácil e requer muito esforço e sacrífico, mas é possível, tanto no hóquei como na vida académica, como se pode aplicar a muitas outras coisas na vida!


Foi uma honra e um prazer entrevistar uma jogadora como a Sofia Moncóvio, ficámos a conhecer um pouco mais de uma das estrelas da nossa Liga. 


Obrigado!
José Andrade
Notícias Hóquei em Patins


 

O NHP esteve à conversa com Conti Acevedo. A muralha do Óquei Clube de Barcelos.

NHP - O que te levou a praticar hóquei em patins?
Conti Acevedo - Em San Juan é uma tradição de muitas famílias o hóquei em patins, e os meus pais levaram-me porque eles gostavam e também tinham familiares que praticavam a modalidade.

NHP - Como foi a adaptação ao campeonato português?
Conti Acevedo - Foi complicada porque é um hóquei diferente onde se joga muito mais rápido e com muitos contra-ataques, e o guarda-redes joga num papel muito importante porque tem muito trabalho, mas é o que eu mais gosto. É por isso foi mais simples a minha adaptação.



NHP - O que é que mais te cativa na modalidade?
Conti Acevedo - A paixão com a que se vive em Portugal é incrível, acho que é das coisas que mais gosto.



NHP - Qual o maior objetivo que tencionas atingir na modalidade?
Conti Acevedo - Ser campeão do mundo e estar entre os melhores do mundo na minha posição.


NHP - Há algum jogador que te tenha inspirado em criança ou até mesmo que continue a inspirar?
Conti Acevedo Guillém Trabal foi sempre uma grande referencia para mim, passou por diferentes ligas, diferentes equipas e ele sempre se adaptou para estar entre os melhores do mundo em qualquer sítio.


NHP - Há alguma mensagem que queiras deixar aos amantes da modalidade e aos adeptos do OC Barcelos em especial?
Conti Acevedo - Para os adeptos do Barcelos dizer que estamos felizes pelo momento que a equipa esta a passar e estamos orgulhosos de representar este clube que é o Óquei de Barcelos.


Obrigada!
Inês Silva
Notícias Hóquei em Patins


O NHP esteve à conversa com Marlene Sousa. A capitã ao serviço do SL Benfica.


O NHP esteve à conversa com Teresa Morais jogadora do CH Carvalhos e uma das melhores jogadoras da liga portuguesa.


O NHP esteve à conversa com Marc Torra. Um campeão em Oliveira de Azeméis.


O NHP esteve à conversa com Maria Barbosa. A "Marega" da AD Sanjoanense.

 

O NHP esteve à conversa com Rita Batista do UD Vilafranquense.

 

 

O NHP esteve à conversa com António Lopes. O AL das fotos.


O NHP esteve à conversa com João Souto do Sporting CP.



O NHP esteve à conversa com Inês Arrais onde nos conta a viagem entre o Lagonense e o Sporting CP.


O NHP esteve à conversa com Ricardo Pereira. Um verdadeiro campeão.


O NHP esteve à conversa com Rafa Santos, Sub 23 da UD Oliveirense.


O NHP esteve à conversa com Pedro Miguel Caldas do site Gloquei.


O NHP esteve à conversa com Xavier Cardoso da AD Sanjoanense.


O NHP esteve à conversa com Pedro Jorge Cabral do site HoqueiPatins.pt.


O NHP esteve à conversa com Bruno Machado do site OK Porto.


O NHP esteve à conversa com Diana Lopes do Clube Atlético Campo de Ourique.


O NHP esteve à conversa com Luís Querido, o capitão do Óquei Clube de Barcelos.

O NHP conversou com Raquel Santos. A goleadora do CH Carvalhos.

O NHP foi descobrir os dois mundos de Rita Lopes. A medicina veterinária e o hóquei em patins.

O NHP esteve à conversa com o treinador internacional José Querido.

O NHP esteve à conversa com Hélder Nunes sobre a atualidade, o FC Barcelona e o futuro.

O NHP esteve à conversa com a treinadora e Head Coach do Club Universidad Católica de Chile.

Francisca “Pancha” Puertas

Club Universidad Católica de Chile


O NHP esteve à conversa com a Maca Ramos.

  

Macarena Ramos - S.L. Benfica



O NHP esteve à conversa com a ex-capitã da seleção nacional, atualmente treinadora e jogadora.

  

Rita Dias - Clube Atlético de Campo de Ourique 



O NHP esteve à conversa com um verdadeiro lutador da A.C.R. Santa Cita

 

                                            Nuno Grácio - A.C.R. Santa Cita



O NHP esteve à conversa com o novo capitão da U.D. Oliveirense

Jordi Bargalló - U.D. Oliveirense

   

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