O NHP esteve à conversa com Maria Barbosa. A "Marega" da AD Sanjoanense.

 

O NHP esteve à conversa com Maria Barbosa. A "Marega" da AD Sanjoanense.

NHP Quem é a Maria Barbosa com patins e sem patins? 
Maria Barbosa - No fundo é a mesma pessoa, a dedicação e a entrega que tenho para com o desporto, transporto-a para a minha vida profissional. Fora do hóquei sou economista, mas é só a profissão e a roupa que alteram. Sou uma pessoa super bem disposta, e acho que o consigo demonstrar em qualquer lugar, seja no desporto, na vida pessoal ou no trabalho! 

NHP - Como nasceu esta vontade de jogar hóquei?
Maria Barbosa - A vontade nasceu desde pequena, tinha um primo da minha idade que jogava hóquei e a minha educadora de infância também tinha o filho a praticar e levava-me muitas vezes ao pavilhão, até que o gosto foi ficando e decidi inscrever-me a sério.


NHP - Antes deste desafio na ADS as rodas dos patins rolaram por onde?
Maria Barbosa - Eu comecei no clube académico da feira, mas saí aos 13 anos para a Sanjoanense, para integrar a equipa feminina que eles tinham. Disputávamos em simultâneo o campeonato de Seniores Femininos e o de Juniores femininos. Saí há dois anos para integras a equipa do CH Carvalhos, mas voltei um ano depois, novamente, para a Sanjoanense.

NHP - Qual foi, ou ainda é, o teu jogador ou jogadora de inspiração?
Maria Barbosa - O meu jogador de inspiração no masculino sempre foi o Reinaldo Ventura, no feminino foi a Cláudia Rego. Em ambos os casos sempre me gostei bastante de ver os dois jogar e das suas posturas em campo.

NHP - O porquê de “Marega”?
Maria Barbosa - Surgiu numa brincadeira, entre amigos, e que depois se transportou para o balneário. Num jogo, Porto vs Benfica, em que o Marega falhou bastantes golos de baliza aberta e o Porto acabou por não ganhar o jogo e consequentemente não foi campeão, eu tive na brincadeira com os meus amigos portistas a festejar como o Marega e a brincadeira chegou ao balneário. E a alcunha ficou ahah. 


NHP - Sentes que o hóquei em patins feminino tem a devida atenção ou é descriminado de alguma forma?
Maria BarbosaNa minha opinião, não tem a devida atenção. Já começa a ter alguma e a ser divulgado por alguns órgão sociais e nas redes sociais, mas ainda é uma minoria. Numa semana em que houve o dia da mulher, juntei-me a um movimento que se chama #ElasTambémJogam onde mostra a clara diferença nos jornais de noticias femininas e masculinas. Neste caso é no desporto em geral, mas que acaba por apanhar o Hóquei Feminino também. Tenho a certeza que ainda há muita gente que nem sonha que há mulheres a praticar Hóquei em Patins. 

NHP - Sobre esta situação actual… O que sentes ao jogar em pavilhões vazios, sem o calor do publico?
Maria Barbosa - É completamente diferente! Eu tenho a sorte de estar num clube onde o Hóquei em Patins é valorizado e termos sempre bastantes adeptos a ver os nossos jogos. Na minha opinião, é um fator diferenciador que pode fazer a diferença em jogos renhidos e onde o resultado final se discute ate ao ultimo segundo, o calor e o apoio do publico ajuda-nos sempre a dar mais do que o que achamos que conseguimos!

NHP - Como está a ser toda a adaptação a esta época que atravessamos?
Maria Barbosa - Para já tivemos a sorte de não sermos muito afetados! Tivemos que parar apenas por duas semanas, porque o clube parou, mas só tivemos uma atleta infetada. Não tivemos nenhum surto na equipa, o que nos sempre deixou treinar quase sem limitações. Relativamente a jogos também só tivemos 2 adiados devido ao Covid, e um deles foi na primeira fase. Apesar de tudo, não estamos a ter muito impacto ao nível de treinos e jogos, mas considero que é devido também ao esforço do clube nas medidas de precaução que tomou, e que os atletas respeitaram, para que tivéssemos uma época o mais tranquila possível. 


NHP - E sobre a formação sem competir há um ano? Vai ser muito grave para o futuro do hóquei?
Maria Barbosa - Acho que vai ser complicado sim, num desporto tão complexo como o hóquei, não digo que irá ser começar do zero, porque há coisas que não se esquecem, mas vai ser preciso trabalhar o dobro para que os jovens voltem a ter a qualidade que tinham. Técnica de patinagem, stick, mesmo ritmo de jogo vai ter que ser tudo trabalhado em dobro. Nós tivemos paradas 4 meses e já notámos uma diferença incrível, um ano então…. 

NHP - Conta-nos uma situação de glória ao longo do teu percurso no hóquei. Ou alguma situação menos boa…
Maria Barbosa - A conquista da Taça de Portugal em 2013. Foi sem dúvida o meu momento mais alto no hóquei em patins, e o meu momento mais feliz também. Foi um ano incrível esse, que culminou com essa conquista. Um momento que nunca irei esquecer! 

NHP - O futuro da Maria Barbosa? Internacionalização?
Maria Barbosa - A minha primeira internacionalização ocorreu em 2013, no Europeu. Foi outro dos prémios que tive nesse ano, devido à excelente época na AD Sanjoanense que culminou com a conquista anteriormente referida. Gostava de voltar a representar a Seleção num Europeu ou Mundial, trabalho todos os dias para isso e qualquer atleta sonha em jogar pela Seleção. Se voltar a acontecer, estarei certamente preparada! 


NHP - Uma mensagem para os amantes de hóquei em patins e uma para os simpatizantes da AD Sanjoanense em particular…
Maria BarbosaQue nunca deixem de seguir os seus sonhos, e que o trabalho é sempre recompensado, por muito que achemos que não, quando o trabalho é bem feito, somos sempre premiados!

Para os simpatizantes da AD Sanjoanense em particular, não vejo o dia de voltar a vê-los no caldeirão a apoiar-nos, que esse dia chegue rápido para festejarmos juntos as conquistas da AD Sanjoanense!


Obrigado!
Vitor Pinto
Notícias Hóquei em Patins

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