O NHP esteve à conversa com o treinador internacional José Querido.

O NHP esteve à conversa com o treinador internacional José Querido.

NHP - Uma breve apresentação do teu percurso no mundo do hóquei em patins... Onde e quando tudo começou?
José Querido Eu comecei a patinar com 3 anos de idade sempre no O.C. Barcelos até deixar de jogar com 29 anos. Desde os 23/24 anos comecei a treinar escalões de formação e aos 29 passei a ser treinador adjunto da equipa sénior com o Cristiano Pereira acumulando toda a formação do O.C. Barcelos. Com 31 anos aceitei um convite para me tornar treinador profissional com uma equipa da liga de honra em Espanha, clube esse que foi o C.P. Dominicos da Corunha ao qual aceitei. Desde então tenho sido profissional de hóquei.

NHP - Como treinador, há um longo historial no Óquei Clube de Barcelos por exemplo?
José Querido Eu como treinador adjunto e principal ganhei todos os títulos possíveis e que fazem parte da história deste grande Clube, o clube do meu coração. Para recordar o último título de campeão nacional foi ganho quando era eu o treinador do grande O.C. Barcelos.

NHP - De Portugal para França, passando por Espanha e finalizando no Chile. Muitas experiências para a vida certamente...
José Querido Sim muitas experiências. Primeiro como adjunto numa célebre final intercontinental na qual o Cristiano Pereira não pode participar por razões de saúde e que eu tive que assumir a equipa nessa final na qual ganhamos a primeira taça intercontinental de clubes para Portugal.
Depois passagens por vários clubes nacionais e internacionais: C.P. Dominicos, Famalicense, V.S.C. Barcelinhos, O.C. Barcelos, C.P. Vilanova de Espanha, Liceu da Corunha, Juventude de Viana, Portosantense, Oliveirense, C. Patin Vilanova de Chile, Noisy le Grand de França e também com as seleções de Portugal, Moçambique em masculinos e Chile em Femininos.

NHP - Também foste selecionador nacional... É complicado gerir uma equipa de "estrelas"?
José Querido Sim fui 2 anos entre 2004 e 2005.
Eu apanhei a seleção numa altura de transição. Tinhamos sido campeões mundiais em Oliveira de Azeméis com o treinador Victor Hugo e nesse mesmo período alguns dos grande jogadores dessa seleção deixaram de querer voltar a serem selecionados. Houve uma chamada renovação na qual alguns deles era a primeira vez que representavam a seleção portuguesa de seniores.
Foi uma boa experiência para mim e gostei muito de trabalhar com todos esses belíssimos jogadores portugueses à qual me sinto muito honrado por ser o timoneiro dessas seleções nesses dois anos.
Eu pelo menos não senti essa palavra “estrelas” pois sempre nos respeitamos cada um na sua função. Eu como treinador e eles como jogadores e sendo assim existe um respeito mútuo ao qual funciona, havendo essa grande palavra “Respeito”.

NHP - Preferes o ambiente ocasional de uma seleção nacional ou de um clube que treina junto todos os dias ao longo de uma época? Porquê?
José Querido De verdade gosto das duas pois já tive essas experiências e gostei muito de trabalhar em ambas. São situações diferentes a nível de preparação mas tu como profissional tens obrigação de saber preparar as equipas e as seleções para as provas que existem. 

NHP - Parabéns pelo terceiro lugar alcançado no último campeonato do mundo em Barcelona com a seleção feminina do Chile. Foi uma luta difícil?
José Querido Obrigado. Enorme satisfação por esse 3° lugar pois foi uma aposta ganha contra muita coisa que existe nesta modalidade no Chile. É preciso referir que quase toda a seleção foi renovada com a atleta mais velha a ter 23 anos e cinco delas a participarem num primeiro mundial. Eu e todo o grupo fizemos um grande trabalho mas queria aqui salientar a grande ajuda do Prof. Hugo (Ex.P/Fisico do O.C.. Barcelos e actualmente na Oliveirense) e a solidariedade dessas miúdas (Fernanda Hidalgo, Mikaela Aparicio, Maca Ramos, Francisca Donoso, Cata Flores, Florencia Llera, Sofia Reyes, Fernanda Muñoz, Viznia Silva e Beatriz Gaete) e a grande vontade em trabalhar que elas demonstraram ao longo de toda a preparação que tivemos.
Difícil lógico que foi, mas gratificante sabendo que conseguias uma medalha muito importante para o Chile e o quanto era importante conseguir, para que o Hóquei no Chile possa conseguir mais apoios pois gente com qualidade existe. Faltam é muitos apoios e também para que os jovens hoquista chilenos acreditem que se consegue coisas boas acreditando num trabalho constante e bem feito.

NHP - Mas não serviu de motivação para continuar o trabalho nesta seleção?
José Querido Sim serviu. Eu tenho vontade de continuar com esse trabalho a nível de seleção e os responsáveis da federação chilena também o manifestaram, mas neste momento tudo está parado tanto a nível de seleção como todos os clubes no chile neste momento não tem atividade.

NHP - Este regresso definitivo a Portugal deve-se à actual situação de saúde pandémica?
José Querido Sim é verdade que esta situação da pandemia foi o ponto definitivo, pois estes ultimos 5 meses foram terríveis. Passei por situações  que nunca pensei passar, depois fez-me ver que na vida temos que dar prioridades e eu neste momento considerei isso e quero saborear a minha família, os meus irmãos e os meus filhos e também os netinhos que vão crescendo nesta maravilhosa família que tenho.


NHP - O futuro de José Querido?
José Querido Olha neste momento estou muito animado com os miúdos na A.D. Campo (escolares e Sub-13) com os quais tenho passado momentos fantásticos, mas como digo sempre, velhos são os trapos e estou sempre preparado para assumir qualquer projeto e de preferência gostaria de voltar a treinar uma equipa de 1°Divisao ainda para mais agora que temos o melhor campeonato do mundo.

NHP - Mensagem final para todos os amantes do hóquei em patins...
José Querido Primeiro agradecer a todos os que conseguimos fazer com que esta modalidade seja a que mais títulos conseguiu e isso só é possível pelo grande amor que todos temos pelo hóquei em patins.
Depois dizer a todos os miúdos que não desistam deste lindo desporto e que em breve vamos voltar a ter o hóquei como todos queremos, com esses pavilhões cheios e todas as formações dos clubes a trabalhar.
Vamos continuar a ser os grandes amantes do hóquei em patins. Teremos todos os cuidados que neste momento assim somos obrigados e devemos cumprir.

Abraço

Zé Querido

Obrigado!
Vitor Pinto
Notícias Hóquei em Patins


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