O NHP esteve à conversa com a ex-capitã da seleção nacional, atualmente treinadora e jogadora.

 

  Rita Dias - Clube Atlético de Campo de Ourique

O NHP esteve à conversa com a ex-capitã da seleção nacional, atualmente treinadora e jogadora.

   

NHP - Quem é Rita Dias?

Rita - A Rita Dias é uma menina, mulher, atleta que desde muito nova encontrou a sua paixão nos patins e nos ringues.

NHP - Qual o teu percurso no mundo do hóquei em patins?

Rita - Iniciei o hóquei com 7 anos no G.D.S .Cascais mas na modalidade In-Line Hockey, só aos 9/10 anos é que iniciei o hóquei tradicional, também pelo Cascais. Fiz grande parte da minha formação no G.D.S. “Os Lobinhos”, onde coletivamente conquistamos todos os títulos nacionais; individualmente fui titulada melhor marcadora das competições nacionais e europeias e participei na liga Europa, alcançando um 3º lugar. Joguei e fui capitã na seleção nacional sendo vice-campeã da europa, pela seleção Sub-19 e Sénior. Joguei em Espanha na Ok Liga pelo Cerdanyola Club de Hockey, sendo considerada a melhor contratação estrangeira em 2012/13; representei também o Cerdanyola C. H. num colégio onde realizava as aulas de iniciação à patinagem e ao hóquei patins. No regresso passei pelo Stuart Hóquei Clube de Massamá, sendo vice campeã nacional e também finalista da liga Europa. Atualmente sou treinadora e jogadora do Clube atlético de Campo de Ourique.

NHP - Muitas alegrias pelos campeonatos com o símbolo do Clube Atlético Campo de Ourique?

Rita - Jogar no C.A.C.O. significa envergar um emblema quase centenário, de um clube místico e de carácter forte, que apresenta uma boa estrutura para o desenvolvimento de várias modalidades, transmitindo valores aos mais novos ajudando-os na sua formação desportiva e pessoal. O facto de representar um clube com estas características já é motivo para ser feliz a fazer o que faço por paixão.

NHP - O hóquei feminino sente-se apoiado ou é complicado competir em Portugal?

Rita - O hóquei patins ou qualquer outra modalidade que é feminina é sempre mais complicada de se jogar, seja dentro ou fora de campo. Atualmente denoto um maior apoio, mas ainda há dificuldades para se poder realizar uma época tranquila, sem alguns clubes taparem a cabeça e destaparem os pés. Cada vez mais há mais meninas a jogar hóquei patins e há necessidade de haver condições para as manter, mas para se criar condições é necessário haver apoios, que embora cheguem e ajudem os clubes não são suficientes, para todos.

NHP - Para além de jogadora, és treinadora...

Rita - Iniciei a aventura como treinadora quando estive em Espanha, com iniciação à patinagem e ao hóquei patins no Cerdanyola C.H.; tive crianças com 3 até aos 14 anos. Foi uma descoberta para mim, perante uma cultura desportista no âmbito escolar que na altura estava uns anos à frente da nossa.

NHP - Situações distintas, emoções diferentes... mas preferes jogar ou ensinar os teus conhecimentos técnicos?

Rita - Aprendo a jogar e melhoro a ensinar.

NHP - Depois de todas estas paragens, estás motivada para voltar aos ringues? Muita fome de golos?

Rita - Há sempre motivação para se voltar aos ringues e, claro, à competição, mas não direi que tenha fome de golos. Atualmente, com o panorama geral, o facto de se poder realizar treinos e jogos com condições para haver público e haver bons espetáculos de hóquei é o principal. Os golos são consequência de bons treinos, que por sua vez vão dar bons espetáculos.

NHP - O futuro da Rita Dias? Treinadora do escalão sénior?

Rita - É uma possibilidade, não uma prioridade, tudo a seu tempo. Ainda me estou a descobrir e a definir enquanto treinadora.

NHP - Jogar ou treinar no estrangeiro nunca foi um objectivo para ti?

Rita - Desde que me lembro de competir que jogar no estrangeiro era uma motivação nos treinos. Tive a sorte de alcançar esse objetivo, não só em torneios internacionais, onde representei o Gijon num torneio em Portimão, como também em Cerdanyola onde alcancei o pináculo enquanto atleta.

NHP - Uma mensagem para os amantes do hóquei em patins em geral  e uma mensagem para os adeptos do C.A.C.O. em particular...

Rita - O hóquei em patins é a modalidade que mais títulos fez regalar Portugal, e para continuarmos a ser os melhores do mundo com o stick é necessário o apoio nos jogos, seja por ser o clube do bairro, seja por ser o clube do amigo, seja pela mini ao intervalo, seja apenas pelo espetáculo que é o Hóquei, a modalidade que por si só é completa e extraordinária. Aos adeptos do C.A.C.O. digo que continuamos de portas abertas para os recebermos, com o mesmo empenho e dedicação que nos caracteriza.

Obrigado!

Vitor Pinto

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