O NHP esteve à conversa com António Lopes. O AL das fotos.

NHP - Quando nasceu esta paixão e que ligação tens pelo hóquei em patins?

António Lopes - A paixão pelo hóquei é muito antiga, vem de ouvir relatos na antena 1 ás quartas feira e aos sábados no tempo do Rendeiro, Livramento, Chana, Ramalhete, as estes seguiram-se Vítor Hugo (dentista), Pedro Alves, Vítor Fortunato, Realista, Paulo Alves, Filipe Santos, Luís Viana, depois foi o acompanhar mais de perto a modalidade quando surgiu o Gulpilhares clube da minha terra e onde o meu filho Edgar Lopes iniciou a sua curta mas interessante carreira no hóquei.

NHP - Sentiste necessidade de criar algo  para apoiar e divulgar a modalidade?

António Lopes - No inicio não foi bem sentir necessidade, mas sim dar visibilidade a quem verdadeiramente ama a modalidade e a faz crescer “a formação” pois os jovens que nunca chegam aos clubes grandes e aos títulos nunca são falados, nem vistos!!! Estava na época 2007/2008 quando recebi um pedido da seccionista da AA Espinho, sabendo ela que eu apontava toda a estatística do jogos na bancada, pediu-me se poderia fazer uma cronica para enviar para o jornal “Bancada Central”, mesmo sem ser um especialista na escrita aceitei o desafio. Depois de enviar três cronicas pensei, se servia para um jornal regional porque não criar um espaço meu e passar a divulgar eu a modalidade!! Foi assim que nasceu o Blog em 19-12-2007 data em que fiz a primeira publicação no blog “AL-Hóquei Para Todos”. Tendo o nome sido escolhido com esse propósito AL (António Lopes) Hóquei Para Todos, isso mesmo para todos sem exceção.

NHP - Sentes-te um oásis no meio deste deserto de informação sobre o hóquei?

António Lopes - Não, não, muitos existem que fazem um trabalho muito maior que o meu, mas também devo dizer que o fazem com a colaboração de muitos, ou aproveitando as noticias de outros, enquanto o meu espaço é meu e só do meu trabalho e das minhas deslocações, pouco ou muito tudo o que publico tem a minha marca. 

NHP - Se tivesses de escolher... Um jogador de pista? Uma jogadora de pista? Um ou uma guarda-redes? Um treinador? O porquê destas quatro escolhas?

António Lopes - Um só de cada é difícil vou escolher mais que um. Jogador – Panchito Velázquez. Jogadora – Laura Puigdueta, Maca Ramos, Sofia Moncóvio. Guarda Redes – Consagrados, Edo Bosch e Ângelo Girão, desconhecidos Marcelo Silva "Cêllô". Treinador – Vitor Silva (atualmente no Famalicense) Franklin Valter Silva adjunto da ADS.

Panchito Velázquez, o jogador que vi em rinque que mais gozo me deu ver pela sua técnica.

Laura Puigdueta, Maca Ramos e Sofia Moncóvio, uma espanhola, uma chilena e uma portuguesa respetivamente, por motivos idênticos, espanhola pela intensidade, inteligência e elegância que mete no jogo, a chilena pela intensidade e inteligência e a portuguesa pela inteligência e elegância, ;).

Edo Bosch e Ângelo Girão dispensam adjetivos do melhor que eu vi em rinque. Marcelo Silva "Cêllô", um jovem com muito talento na baliza pena que lhe tenha faltado oportunidade como muitos têm (ou melhor dizendo) nem cunha nem nome a suportar a sua qualidade.

Vitor Silva, aprecio a forma como trabalha e pelo que fez na formação do HCB, cheguei a dizer que só tive pena que o meu filho não tivesse sido nunca treinado por ele. Franklin Valter Silva, o melhor treinador que apanhei na formação (nos 17 anos que o meu filho jogou hóquei).

NHP - Sentes que esta situação pandémica está a matar a modalidade? Que futuro nos reserva?

António Lopes - Não só o hóquei, mas todo o desporto “formação” vai sofrer bastante, se já não era famoso antes da pandemia com ela “a modalidade só não vai morrer” porque os “veteranos” vão continuar. O futuro vai ser difícil, iremos atravessar um deserto de novos talentos, seis a oito anos vai ser necessário para colmatar este flagelo, é a minha opinião /previsão, mas alguém acha que um jovem que para a próxima época é sénior sem nunca ter jogado um ano de júnior, alguma equipa vai apostar nele?!?!? A jogar antes da pandemia ninguém o fazia não vai ser agora que o vão fazer, uma vez que os clubes o que querem são resultados imediatos, não estão por isso disponíveis para dar tempo aos jovens de se afirmarem.     

NHP - Objectivos e desejos para este teu espaço de apoio e divulgação ao hóquei em patins para 2021?

António Lopes - Tenho alguns idealizados e programados, mas reservo-os para mim, o segredo é a alma do negócio. No entanto, posso afirmar que o propósito da sua criação manter-se-à inalterável, divulgar hóquei seja ele do melhor campeonato do mundo, ou do hóquei que ninguém vê. Independentemente de ter nascido no hóquei, onde existir desporto o AL pode aparecer, foi com esta forma de estar que este espaço foi crescendo e assim vai continuar, nunca estarei amarrado a nada muito menos a alguém, serei sempre livre e independente para puder escolher o que quero ver e partilhar, sem obrigações ou clubismos, até que me canse. Esta é a marca AL.

Para 2021...

Depois desta pandemia!?!?! “continuar vivo” para continuar este meu trajeto de divulgação e quando chegar ao fim, olhar para trás e ver que valeu a pena. O desporto é um bem do mundo e ao mundo deve ser divulgado. AL

Foto: Alba Tarrés

Obrigado!

Vitor Pinto

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