Sorte diferente para as portuguesas

Por José Andrade

Estou de regresso para falar sobre a prestação das duas equipas portuguesas na Taça da Liga Feminina, resultados diferentes para as nossas representantes nesta competição.

SL Benfica – CP Voltregà: Lei do mais forte

O SL Benfica recebeu e venceu o Voltregà por 6-1 na segunda jornada do Grupo A da Taça da Liga Feminina. Numa competição onde todos os jogos contam e onde o Benfica tinha entrado da pior maneira, a equipa da luz confirmou o favoritismo e venceu. Sem Paulo Almeida no banco, o Benfica entrou mais forte. António Pinto lançou de início no Benfica, Maria Vieira na baliza, depois Beatriz Figueiredo, Marlene Sousa, Raquel Santos e Maria Sofia Silva, ao cabo que do lado espanhol, Oriol Riera começou com Uxue Otegi na baliza, depois Berta Tarrida, Aina Arxé, Paula Ferron e Esther Vistós. 

O Benfica começou melhor, primeiros segundos e na primeira vez que Marlene Sousa chegou perto da baliza sofreu falta que originou uma grande penalidade que Raquel Santos converteu, 11 segundos de jogo e as encarnadas na frente, melhor entrada era impossível para as portuguesas. A resposta espanhola não se fez tardar e logo depois de terem sofrido o golo chegaram com perigo junto da baliza do Benfica, primeiro Maria Vieira a defender, depois uma irregularidade de Aina Arxé, a verdade é que logo em seguida na saída do Benfica, as espanholas voltaram a recuperar a bola e Paula Ferron assistiu Esther Vistós para o golo do empate. Igualdade no encontro, jogo muito animado e rápido, tudo muito dividido com o Voltregá a tentar chegar sempre rápido à baliza de Maria Vieira e com o Benfica sempre muito pressionante, pressão essa que leva o Benfica a passar para a frente. Golo de Beatriz Figueiredo, um contra-ataque do Benfica, com Raquel Santos a recuperar a bola, a colocar em Marlene Sousa que em velocidade assistiu Beatriz Figueiredo para o segundo golo encarnado. As espanholas tentavam, pressionavam alto, mas era o Benfica que ia estando melhor e prova disso o terceiro golo encarnado depois de algumas tentativas, desta vez foi uma arrancada de Cata Flores que marcou com uma picadinha na cara de Uxue. O quarto golo não tardou, mais uma jogada com as chilenas em destaque, Cata iniciou, Maca Ramos brilhou ao rodar no meio de três adversárias e a rematar de longe com Cata Flores a desviar à boca da baliza para fazer o resultado com que as duas equipas foram para os balneários. 



No segundo tempo, o Voltregà tentou pressionar mais, tentou acelerar mais, mas a verdade é que era o Benfica que controlava a partida, que estava melhor e mais perto de voltar a marcar. Oportunidades de parte a parte, mas em maior número para o Benfica que chegou ao quinto golo de forma natural, recuperação de Beatriz Figueiredo que colocou na Cata e esta assistiu a Maria Sofia Silva para a meia dezena de golos da equipa encarnada neste jogo. A superioridade era inequívoca e o sexto golo também não demorou, a cerca de 11 minutos do final da partida, Raquel Santos a bisar, jogada rápida depois de uma recuperação da Maca Ramos, troca de bola entre a Cata, a Raquel Santos e Cata Flores, com o último toque a ser de Raquel Santos que assim fechou o placar deste encontro. Até ao final dois livres para cada uma das equipas com as duas guardiãs a fechar as respetivas balizas. Benfica melhor, conseguiram uma vitória contundente depois do desaire em Gijon e somam desta forma 3 pontos ficando assim no segundo lugar do Grupo A da maior competição de clubes.



AD Sanjoanense – HC Palau Plegamans: Demasiado penalizador

Em São João da Madeira, a Sanjoanense tentava conquistar a sua primeira vitória nesta Taça da Liga Feminina, mas as portuguesas acabaram por sair derrotadas frente as atuais campeãs por 4-0 nesta segunda jornada do Grupo B, um resultado demasiado penalizador para o que se assistiu no Pavilhão da Associação Desportiva Sanjoanense. 

Grande jogo, duas enormes equipas com as portuguesas a mostrarem desde cedo que não eram nada inferiores. As espanholas são conhecidas, falamos de uma das equipas mais fortes do mundo e foram elas as primeiras a marcar, Berta Busquets inaugurou o marcador em São João da Madeira. Jogo muito dividido, muito disputado, a Sanjoanense a conseguir criar perigo, a conseguir encostar as campeãs e a deixar claro que podíamos ter uma surpresa neste jogo. Um primeiro tempo muito intenso, ótimo jogo de hóquei e apenas um golo apesar das muitas oportunidades, as duas guardiãs estiveram em evidência, principalmente a Catarina Viola que para quem ainda não conhecia ela fez questão de se apresentar da melhor maneira, mas 1-0 ao intervalo, tudo em aberto e com a Sanjoanense a deixar à vista de todos a sua muita qualidade. 

No segundo tempo, o jogo animou ainda mais, ficou ainda mais de “loucos”, maior disputa, ainda mais intenso e a Sanjoanense continuava perto de conseguir empatar e de causar a surpresa desta ronda. A verdade é que depois de muito insistir, de Catarina Viola continuar a fechar as redes, da Sanjoanense estar perto, foi a equipa do Palau a marcar, conseguiram ampliar o resultado para este 4-0 final, com golos de Mariona Galomar e dois de Aina Florenza já na parte final do encontro, um marcador muito pesado e que não reflete a luta e o jogo que tivemos. Duas excelentes equipas, um grande jogo de hóquei e a Sanjoanense a mostrar que vão ter de contar com as portuguesas neste Grupo B até ao final. A Sanjoanense segue assim no quinto lugar do Grupo B com zero pontos, mas com nova demonstração de garra e de muita qualidade perante a elite do hóquei provando assim que este é o lugar da equipa de São João da Madeira.

Um dia com sortes diferentes para as portuguesas, dois grandes jogos, duas equipas que orgulharam o hóquei nacional e que deixaram à vista de todos a muita qualidade existente no nosso país. 


José Andrade

Comentários